H. Lefebvre, Elementos de ritmanálise : E outros escritos sobre temporalidades

Article publié le 14 janvier 2022
Pour citer cet article : , « H. Lefebvre, Elementos de ritmanálise : E outros escritos sobre temporalidades  », Rhuthmos, 14 janvier 2022 [en ligne]. https://www.rhuthmos.eu/spip.php?article2811

H. Lefebvre, Elementos de ritmanálise : E outros escritos sobre temporalidades, Trad. Flávia Martins e Michel Moreaux, Rio de Janeiro, Consequência, 2021.

  • Sobre o livro : O último livro da extensa obra de Henri Lefebvre, o qual temos a honra de anunciar nesta edição brasileira, em um rol de mais de 40 obras em vida, aponta em uma direção, renovada e distinta, de algo que, de algum modo, já estava presente desde a sua primeira obra A Consciência Mistificada, em coautoria com o geógrafo Nobert Guterman (La Conscience mystifiée. Paris : Gallimard, 1936). Trata-se da questão da reprodução, da alienação e do cotidiano, a partir do pensamento de Marx, através da análise crítica do aspecto público da consciência social.

    Em 1947, em Critique de la vie quotidienne (Paris : L’Arche), e em 1961, no Critique de la vie quotidienne II, Fondements d’une sociologie de la quotidienneté (Paris : L’Arche), o cotidiano se faria presente como tema e categoria central de análise da vida moderna.

    Depois de passar por obras que apontavam para a produção do espaço (La production de l’espace. Paris : Anthropos, 1974) e a natureza do estado capitalista contemporâneo (De l’Etat, 4 vol. Paris : UGE, 1976/78) e suas respectivas teorias, nos anos de 1970, Lefebvre voltaria, no presente texto, ao enigma do cotidiano e da reprodução da vida social através do ritmo. Como o próprio Lefebvre alude, na presente obra, cotidiano é ritmo, matizado em teoria e prática.

    A singularidade dessa obra em relação às demais é que esta nasce da descoberta de um elo perdido, de algum modo inacabado, da Teoria do Ritmo trilhada pelo filósofo português Pinheiro Santos, exilado no Brasil em virtude da perseguição sofrida durante o regime salazarista, que chegou ao conhecimento de Lefebvre pelas mãos do também filósofo francês Gaston Bachelard.

    Efetivamente, esta não é uma obra de fecho de Henri Lefebvre, nem mesmo de fechamento de ciclo ou despedida, pois no lugar de o autor chegar ao fim do seu novelo intelectual, o mesmo, ao contrário, o desfia em muitas pontas, abrindo novas perspectivas ou caminhos a serem percorridos, tomando como orientação e parâmetros de referência os elementos de ritmanálise.

    Convidamos, assim, leitores e leitoras, ao trilhar da irrecusável viagem nesta obra, somente agora traduzida no Brasil, tão valiosa em nos auxiliar no tecer o fio do pensamento crítico da reprodução da vida cotidiana contemporânea.

    Márcio Piñon de Oliveira – Professor Titular

do Departamento de Geografia Programa

de Pós-Graduação em Geografia UFF.


  • Sobre os tradutores : Flávia Martins é professora do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense, Campus Niterói. Possui licenciatura e bacharelado em Geografia pela Universidade de São Paulo, além de graduação em Arquitetura e Urbanismo. É mestre e doutora em Geografia pela USP. Atualmente coordena o Laboratório de Geografia Humana. — Michel Moreaux é geógrafo, mestre em geografia pela PUC-Rio em 2013 e Doutor em Geografia pela UERJ em 2020, com a Tese Espaço e ritmo : estudo das práticas dos artistas de rua como formas de apropriação do espaço público, retratando saberes-fazeres de artistas de rua do Rio, mobilizando o conceito de ritmo. É também músico e atua como produtor cultural, promovendo o diálogo entre arte e ciência.
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